A “Semana por Memória, Verdade e Justiça no Tocantins” é uma realização do Centro de Direitos Humanos de Palmas e do Curso de Historia da Universidade Federal do Tocantins, campus de Porto Nacional. O evento que ocorrerá entre os dias 08 a 12 de dezembro 2014, contará com mesas-redondas, palestras, comunicações coordenadas, rodas de conversas, lançamento de livros e documentário, além de atividades culturais diversas.

Seu principal objetivo é trazer aos acadêmicos e comunidade em geral, reflexões sobre o legado da ditadura na região do Tocantins e no Brasil, dando assim continuidade ao trabalho promovido no estado ao longo de 2014 pelo Centro de Direitos Humanos de Palmas (CDHP) em parceria com o grupo de pesquisa e extensão “Repressão e resistência à ditadura na região do Tocantins” do curso de História da UFT, através de projeto contemplado pelo edital “Marcas da Memória”, da Comissão de Anistia.

Há cinquenta anos, golpistas militares e civis depuseram o presidente João Goulart, utilizando um discurso de combate ao comunismo, à corrupção e a subversão, colocando fim à plataforma econômica de cunho popular e democrático, exigida por amplos setores sociais que se mobilizaram no pré-64: trabalhadores urbanos e rurais, estudantes e agremiações políticas. Em lugar das tímidas reformas de uma nascente democracia burguesa, a ditadura reorganizou uma estrutura econômica que atendia os interesses do grande capital e de seus associados nacionais. Para atingir este objetivo, a ditadura perseguiu, torturou, assassinou e desapareceu com os opositores desde 1964, quando foi instalada, até seu fim em 1985. Ao final de 21 anos de ditadura, o Brasil era um país mais violento, mais desigual e com graves problemas sociais.

As atividades da semana têm como principal intuito discutir a natureza da ditadura, compreendendo a violência institucional do estado brasileiro e suas relações com a manutenção de uma ordem econômica excludente, voltada para os interesses dos grandes proprietários. Busca ainda, fortalecer esse debate no Tocantins, refletindo sobre o legado da ditadura, com os quais convivemos hoje em dia, tais como a violência policial, o latifúndio, a exclusão de parcelas significativas da sociedade de acesso a direitos sociais, a superxploração do trabalho e a manutenção do estado à serviço das grandes empresas e do capital financeiro, contra os interesses dos trabalhadores.

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